2.2 Nativos digitais
Os nativos digitais dominam de maneira intuitiva a Internet e os aparelhos que a manipulam. Consideram-se protagonistas na Internet. Tendo bastante público, algum público ou nenhum público, não importa, eles sempre estão à vontade na rede: conversando com os amigos, coletando informações, descobrindo aplicativos novos, jogando online ou investindo numa rede social recém-lançada. Eles estão sempre atualizados em relação ao que acontece no mundo digital.
No Twitter, eles se sentem como se estivessem em um palco. No Facebook, eles agem entre pares. No Google+ eles têm uma porta aberta para todos os serviços do Google. No Foursquare, eles se informam sobre qualidade de serviços. No Skype, eles conversam com amigos e familiares sem pagar conta de telefone. No Instagram, eles se sentem artistas, fotógrafos, decoradores ou gourmets. No Snapchat eles mandam fotos fugazes. No smartphone, eles teclam com rapidez usando os dois polegares enquanto os analógicos usam apenas um dedo, em geral o indicador.
Os nativos digitais apreendem o conhecimento de outra forma. Sua formação se dá com conteúdos digitais nas suas diferentes formas, seja na Internet ou nos aplicativos. Eles aprendem com a Internet, com as séries de televisão, cinema, histórias em quadrinhos; além dos livros, é claro.
Os nativos digitais também aprendem geografia em vídeo games, história em documentários, inglês com as músicas, conjuntura com os amigos nas redes sociais. Fazem contas com calculadoras. Nascem praticamente portando endereço de e-mail ou um perfil em rede social. Usam celular desde criança e dominam, de forma intuitiva, o manejo dos mais diversos aparelhos tecnológicos.
Um alentado estudo da ITU (International Telecommunication Union) divulgado em outubro de 2013, intitulado “Measuring the Information Society” (Medindo a Sociedade da Informação), no seu capítulo quatro, “Measuring the world’s digital native” (Medindo os nativos digitais no mundo), aponta que, em 2012, 30% da população jovem mundial (entre 15 e 24 anos) era formada de nativos digitais.
Em números absolutos, os Estados Unidos, com 41,3 milhões de nativos digitais, formam o segundo país, antecedido pela China (75 milhões), seguido pela Índia (22 milhões) e pelo Brasil (20 milhões), o quarto. Em termos percentuais, nos Estados Unidos, 95% dos jovens entre 15 e 24 anos são nativos digitais. No Brasil, 60% [Conforme acessado em 22/10/13: http://www.itu.int/en/ITU-D/Statistics/Documents/publications/mis2013/MIS2013_without_Annex_4.pdf].
Será que o uso de nomenclaturas para distinguir estágios das gerações não cria uma barreira entre as gerações? Será que só é nativo quem nasceu no mundo digital? E as crianças que nasceram na era digital e não tem acesso ao digital, como ficam? Será que não seria apenas um modismo?
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